Escoliose: a importância da detecção precoce e conscientização
- Luciana Fernando Davi
- 30 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de jan.

A escoliose é uma condição da coluna vertebral que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 6 milhões de brasileiros convivem com essa condição, o que torna a conscientização e a prevenção fundamentais para minimizar seus impactos. Junho, conhecido como Junho Verde, é o mês dedicado à conscientização sobre a escoliose, sendo uma oportunidade de sensibilizar a população sobre sua detecção precoce e tratamentos disponíveis.
O que é a escoliose e por que devemos estar atentos?
A escoliose é uma deformidade da coluna que ocorre de forma tridimensional e torcional, podendo se desenvolver na infância e adolescência, principalmente em meninas, conforme relatado pela SOSSORT 2016. Ela pode ser classificada em diferentes tipos: idiopática (de causa desconhecida), congênita, neuromuscular e degenerativa. A escoliose idiopática é a mais comum, com possíveis causas relacionadas a fatores como alterações no sistema nervoso central, níveis hormonais e predisposições genéticas.
Essa condição não é apenas uma questão estética. Sem diagnóstico e tratamento adequados, pode levar a dores crônicas, comprometimento pulmonar, incapacidade funcional e até complicações psicossociais na vida adulta.
A progressão e as fases da escoliose
A escoliose é uma condição progressiva, mas sua evolução depende de sua fase e gravidade. Ela pode ser classificada de acordo com a idade de início:
Infantil (0 a 3 anos)
Juvenil (4 a 10 anos)
Adolescente (11 a 17 anos)
Adulta (> 18 anos)
Quanto à gravidade, a escoliose é medida em graus:
0 a 10 graus: Atitude escoliótica (apenas acompanhamento)
11 a 24 graus: Leve (tratamento com exercícios específicos)
25 a 50 graus: Moderada (exercícios e uso de colete)
> 50 graus: Necessita de intervenção cirúrgica.
A importância da detecção precoce

Identificar a escoliose cedo é essencial para prevenir sua progressão e evitar intervenções mais invasivas, como cirurgias. Infelizmente, muitas vezes ela não causa dor na infância ou adolescência, o que dificulta o diagnóstico. Por isso, a observação atenta dos pais, professores e profissionais de saúde é crucial.
Como identificar uma escoliose?
Não esperar relatos de dor: A escoliose pode ser silenciosa, especialmente nos estágios iniciais.
Observar a simetria corporal: Verifique a altura dos ombros, cintura, escápulas, costelas e pelve.
Avaliar alinhamento dos membros e regiões de desvios Realizar o Teste de Adams: Solicite que a pessoa faça uma flexão de tronco para frente e observe as alturas de cada lado das costas.
Teste de Adams com escoliômetro Buscar ajuda especializada: Entre em contato com um fisioterapeuta ou médico.
Usar o escoliômetro: Esse equipamento permite avaliar o grau da curvatura sem a necessidade de exames radiológicos imediatos. Curvaturas entre 5 e 7 graus já exigem atenção profissional.
Tratamentos disponíveis

O tratamento da escoliose varia conforme sua gravidade:
Exercícios específicos: Indicados para casos leves e moderados, ajudam a fortalecer a musculatura e corrigir a postura.
Uso de colete: Auxilia no controle da progressão em curvaturas moderadas.
Cirurgia: Reservada para casos graves, com curvaturas acima de 50 graus.
O avanço nos métodos de tratamento, aliado à detecção precoce, tem se mostrado eficaz na redução da progressão da escoliose globalmente.
Conscientização: um passo para a prevenção
O Junho Verde nos convida a refletir sobre a importância da prevenção e conscientização da escoliose. A melhor forma de proteger nossa população é começar com aqueles ao nosso redor, promovendo uma cultura de cuidado e atenção à saúde da coluna.
Seja um agente dessa conscientização: observe, informe-se e incentive o diagnóstico precoce. Juntos, podemos reduzir o impacto da escoliose na vida de milhões de pessoas.
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