Por que algumas dores passam, e outras, não?
- Luciana Fernando Davi
- 11 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de dez. de 2024

A dor é uma experiência natural. A definição geral da dor é a de cumprir um papel adaptativo, ou seja, cumpre seu papel e “vai embora”. Mas, e as que não vão?
De acordo com os estudos mais recentes sobre dor, a Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP) nos apresenta 6 classificações em forma de “notas” que, gradualmente, definem cada estágio de dor. A nota 5, é onde está a maioria dos meus pacientes.
Nota 5 de dor: "Efeitos adversos na função e no bem-estar, tanto social, quanto psicológico".
Quando um paciente me procura, a condição que ele se encontra é de incapacidades físicas, e disfunções em atividades sociais e psicológicas. Se ele começa a não sair mais com amigos, caminhar para ir até a padaria, dirigir para o trabalho; fica entristecido, irritado e ansioso por conta disso, é o momento em que ele procura ajuda.
A intervenção aqui, é ir de trás para frente: retomar o bem-estar psicológico para poder interagir socialmente, mesmo que ainda não tenha suas funções físicas plenas. Com isso, conseguimos regredir essa nota 5 para uma que a dor se adapte e melhore.
Movimento e dor
Quando uma dor perdura por muito tempo (mais de 3 meses, em média), cria-se um hábito em relação àquela resposta dolorosa; por consequência, uma imagem cerebral, por exemplo, a de um movimento específico acionando essa dor. O cérebro usa esse mecanismo enviando - descendo - um sinal de dor para alertar perigo. Geralmente, um movimento (ou acontecimento) prévio, similar ao atual.
Não é necessário ter lesão - ou inflamação - para ter dor
Dor é uma experiência sensorial, ou seja, NÃO EXISTE um neurônio específico de dor, ou um componente em nosso corpo responsável por ela.
De modo geral, percebemos a dor diretamente proporcional ao contexto daquele momento da nossa vida: experiências passadas, medos, qualidade e tempo de sono, preocupações e demanda diárias, vão influenciar diretamente na dor. Não depende de ter inflamação, ela pode aparecer se o corpo se sente AMEAÇADO.

Existe alguma chance de a dor passar?
Sim. Existem muitas variáveis envolvidas na dor, por consequência, muitas para tentarmos atacar.
A questão, é sempre avaliar e se aproximar ao máximo possível do contexto, para que possamos enfrenta-la juntos; até ao autogerenciamento do paciente.
Nenhum fisioterapeuta vai te curar.
É exatamente isso. Mas vai te ajudar a enfrentar e te dar ferramentas em forma de educação em dor, para que não seja dependente dele para sempre.
Com base nisso, é traçado um plano específico para cada pessoa com exercícios terapêuticos e muitas vezes, terapia manual. É através do movimento - essencialmente - que este organismo construirá uma nova estrutura e atitudes posturais que se adequam à rotina daquela pessoa.
Por esse motivo, não podemos pensar que todo mundo que tem dor nas costas, vai ser submetido ao mesmo tratamento, aos mesmos exercícios e auto manejo. Cada um vai ter uma abordagem diferente e que caiba na própria vida.
Uma camiseta tamanho único não vai vestir bem em todo mundo, certo?
Esse é o verdadeiro papel do fisioterapeuta nas condições ortopédicas, fazer intervenções com começo, meio e fim para a independência do paciente.
O que fazer?
Um fisioterapeuta, médico especialista em dor (crônica ou não) ou fisiatra, poderão te ajudar com essa dor persistente.
Na fisioterapia, avaliamos não somente a parte física, mas fazemos uma anamnese com muita investigação e escuta para traçar o tratamento e educar o paciente durante e após a alta, para que ele se torne independente e auto eficaz.
Para mais informações e matérias como esta, acesse: https://www.lucianafisioterapeuta.com.br/
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